Nordeste Goiano se destaca na produção do pequi; Goiás é o segundo maior produtor Brasil

Nordeste Goiano se destaca na produção do pequi; Goiás é o segundo maior produtor do Brasil

Com um sabor marcante e uma forte ligação cultural com a culinária goiana, o pequi, fruto nativo do Cerrado, tem se consolidado como uma das maiores riquezas de Goiás. Em 2023, o estado alcançou a posição de segundo maior produtor do país, com uma colheita de 3,7 mil toneladas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção goiana ficou atrás apenas de Minas Gerais, que lidera o ranking nacional com impressionantes 39,6 mil toneladas no mesmo período.

Dentre os municípios que se destacaram na produção de pequi em Goiás, Sítio d’Abadia ocupa a primeira posição, com 989 toneladas extraídas. Em seguida, aparecem Damianópolis (599 toneladas), Mambaí (385 toneladas), Santa Terezinha de Goiás (380 toneladas), Campos Verdes (170 toneladas) e Crixás (150 toneladas). Esses locais carregam não só o peso de serem grandes produtores, mas também a responsabilidade de preservar a tradição e a cultura associadas ao fruto.

O pequi, que também é conhecido em algumas regiões por outros nomes, como amêndoa-de-espinho, piquiá, piquiá-bravo, pequerim, grão-de-cavalo e suari, é um verdadeiro símbolo de Goiás. Seja nos almoços em família, nos pratos servidos nos restaurantes mais tradicionais ou em receitas típicas, o pequi está presente em boa parte dos lares goianos.

A importância do fruto transcende as cozinhas do estado. Em reconhecimento a sua relevância cultural e ambiental, o pequi goiano foi declarado patrimônio natural, ambiental e cultural do Brasil. A proposta, de autoria da deputada federal Flávia Morais (PDT-GO), foi aprovada por unanimidade, com justificativa clara: “O pequi simboliza não só a história de Goiás, mas a história da cozinha do Brasil”. Essa valorização reforça o papel do pequi como elemento identitário e peça-chave para a preservação do Cerrado.

Além de representar um elo entre o passado e o presente, o pequi também movimenta a economia local e atrai turistas interessados em vivenciar a cultura regional e experimentar a gastronomia goiana. A expectativa é de que a produção continue crescendo nos próximos anos, impulsionada pela demanda do mercado interno e pela possibilidade de expansão para novas áreas de cultivo.


Um símbolo de resistência e tradição

O pequi é um dos frutos mais emblemáticos do Cerrado brasileiro, e seu uso vai muito além das receitas culinárias. Ele também é utilizado para extração de óleo e fabricação de cosméticos, sendo um recurso natural versátil e de grande valor econômico. A safra ocorre, geralmente, entre os meses de novembro e janeiro, período em que as árvores frutificam e colorem o cerrado com seus pequenos e espinhosos frutos amarelos.

Com a recente elevação de Goiás ao posto de segundo maior produtor, as perspectivas para a safra de 2024 são otimistas. A adoção de técnicas mais sustentáveis de manejo, associada ao fortalecimento de políticas públicas voltadas para o Cerrado, poderá garantir não apenas um aumento na produtividade, mas também a preservação das áreas nativas, essenciais para o equilíbrio ecológico da região.

Em tempos de crescente preocupação com a sustentabilidade, a valorização do pequi se torna ainda mais relevante, reforçando a necessidade de práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente e que protejam o bioma Cerrado, um dos mais ameaçados do Brasil.

Por fim, o reconhecimento do pequi como patrimônio natural e cultural reafirma o papel do fruto como um símbolo de identidade goiana e brasileira, perpetuando uma tradição que atravessa gerações e resiste às mudanças do tempo.



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