Cacau Impulsiona o Oeste Baiano com Investimento de R$ 270 Milhões
O Oeste Baiano tem se mostrado uma terra fértil para a inovação agrícola, com a cacauicultura ganhando espaço e atraindo investimentos significativos
O Oeste Baiano, tradicionalmente conhecido pela produção de soja e algodão, está despontando na cacauicultura. Com a diversificação da produção, a região alcança números expressivos e atrai grandes investimentos. Em 2023, a Bahia retomou o posto de maior produtora de cacau em amêndoa do Brasil, com 139.011 toneladas, superando o Pará. Esse crescimento no setor está atrelado, principalmente, aos novos métodos de cultivo adotados no Cerrado baiano.
Produtores do Oeste Baiano estão cultivando cacau a pleno sol, em áreas do Cerrado, contrariando a prática comum de plantar em regiões de Mata Atlântica e Amazônia. Esse método resultou em uma produtividade média de 3.500 quilos por hectare, mais de 10 vezes a média nacional, que é de 330 quilos por hectare. A variedade CCN51 mostrou grande potencial nessa nova abordagem de cultivo.
Durante o evento "Cacauicultura 4.0", em Riachão das Neves (BA), foi ressaltado o atual cenário positivo para o cacau, com preços alcançando patamares históricos. Moisés Schmidt, produtor e organizador do evento, destacou que o preço da commodity chegou a ultrapassar 10 mil dólares por tonelada no mercado de Nova York, enquanto a média histórica fica entre 2.500 e 3 mil dólares
A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) tem apoiado essa iniciativa de diversificação agrícola, incentivando cotonicultores a investir no cultivo do cacau. Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Abapa, ressaltou que o cacau representa uma oportunidade promissora para a região, promovendo o desenvolvimento econômico local.
A Schmidt Agrícola, empresa conhecida pela produção de soja e algodão, vai investir R$ 270 milhões na expansão do cultivo de cacau no Oeste Baiano. O investimento visa atender à crescente demanda global e explorar o alto valor agregado do cacau. Desde 2018, a empresa diversifica sua produção, incluindo cacau, algodão, soja, milho e frutas. Segundo Moisés Schmidt, o projeto pode crescer ainda mais, quadruplicando o investimento inicial para R$ 1 bilhão.
Globalmente, grandes produtores de cacau, como a Costa do Marfim e Gana, enfrentam desafios climáticos, o que tem impulsionado o preço do produto. "Estamos obtendo grande sucesso, tanto na produção agronômica quanto na visão social e trabalhista relacionada ao cultivo. Vejo o cacau com muito otimismo, assim como enxergamos o algodão há 25 anos", conclui Schmidt.
O Oeste Baiano tem se mostrado uma terra fértil para a inovação agrícola, com a cacauicultura ganhando espaço e atraindo investimentos significativos. A diversificação de culturas contribui para o fortalecimento econômico da região e coloca a Bahia novamente em destaque no cenário nacional de produção de cacau.