Polícia Civil deflagra Operação Terra Limpa e apreende 37 toneladas de recipientes de agrotóxicos em Goiás
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou na quarta-feira (18) a Operação Terra Limpa, com o objetivo de combater o armazenamento irregular e o desvio de recipientes de defensivos agrícolas. A ação foi realizada com o apoio da Agrodefesa e resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão nos municípios de Trindade e Paraúna, culminando em duas prisões em flagrante.
Em Paraúna, os agentes identificaram um galpão clandestino com aproximadamente 17 toneladas de recipientes vazios de defensivos agrícolas. No local, havia também uma prensa hidráulica usada para a compactação do material. Já em Trindade, durante a vistoria em um estabelecimento de reciclagem, foram apreendidas cerca de 20 toneladas de recipientes armazenados de forma irregular, em desacordo com a legislação sanitária e ambiental.
Os responsáveis pelos galpões foram autuados em flagrante pelo crime previsto no artigo 56 da Lei nº 9.605/98, que trata do armazenamento inadequado de substâncias perigosas, cuja pena varia de 1 a 4 anos de reclusão e multa.
A apreensão totalizou cerca de 37 toneladas de recipientes, cujo armazenamento irregular representa grave risco à saúde pública e ao meio ambiente, além de fomentar práticas criminosas, como a falsificação de agrotóxicos. Segundo a Polícia Civil, esses recipientes, quando desviados, podem ser utilizados por grupos criminosos especializados na produção e comercialização de agrotóxicos adulterados e falsificados, comprometendo a segurança do agronegócio.
Logística reversa
A legislação vigente determina que as embalagens vazias de agrotóxicos devem ser devolvidas pelos agricultores aos estabelecimentos comerciais onde foram adquiridas ou a postos de recebimento autorizados. Esse processo é regulamentado pelo Sistema Campo Limpo, coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), que promove o destino correto das embalagens, seja por meio de reciclagem ou incineração.
Os locais vistoriados na operação não possuíam credenciamento junto ao InpEV, atuando de forma clandestina e fora das normas ambientais e legais.
As investigações seguem para identificar os principais beneficiários dessa prática criminosa e a destinação final do material apreendido.
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