Soja Fecha em Baixa em Chicago: Mercado Pressionado por Fundamentos e Alta do Dólar

Soja Fecha em Baixa em Chicago: Mercado Pressionado por Fundamentos e Alta do Dólar

Nesta segunda-feira (23), os preços da soja registraram perdas significativas na Bolsa de Chicago, com quedas de 4 a 5 pontos nos principais vencimentos. O contrato de janeiro fechou a US$ 9,69 por bushel, enquanto o de maio terminou a sessão a US$ 9,84. A principal pressão sobre os preços vem dos fundamentos do mercado, que permanecem baixistas.

Apesar da movimentação dos derivados, como o óleo de soja, que apresentou leve alta de mais de 1%, o mercado segue sem grandes novidades, o que contribui para a falta de impulso nas cotações. A expectativa de uma safra recorde no Brasil, somada a estoques confortáveis nos Estados Unidos e à demanda que, embora crescente, não acompanha o ritmo da capacidade produtiva, tem causado incertezas no mercado

Uma das maiores preocupações dos traders é o impacto das condições climáticas, especialmente com o fortalecimento do fenômeno La Niña. Segundo Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities, nos próximos 15 dias, o clima deve permanecer quente e seco na Argentina e no sul do Rio Grande do Sul. A previsão é de que a seca afete as lavouras de milho na Argentina, o que pode se estender à soja. Embora o NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) indique que a La Niña deve perder força, as incertezas climáticas continuam a impactar o mercado.

Outro fator importante que tem influenciado o comportamento do mercado é a cotação do dólar. Nesta segunda-feira, a moeda americana fechou com alta de quase 2%, sendo cotada a R$ 6,19, o que representa mais uma pressão sobre as cotações da soja. A variação do dólar tem grande influência sobre o mercado de commodities, especialmente no que diz respeito à competitividade entre a soja dos Estados Unidos e do Brasil.

Embora o cenário seja de pressão, a demanda pela soja segue sendo monitorada de perto. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou uma nova venda de 132 mil toneladas de soja para a China, referente à safra 2024/25. Esse movimento é um sinal de que a demanda ainda se mantém aquecida, o que pode trazer alguma sustentação para os preços, apesar dos desafios enfrentados.

A combinação entre os fundamentos climáticos, o comportamento da moeda americana e a oferta recorde de soja no Brasil continua a definir o tom do mercado. Com a expectativa de uma safra abundante e a questão do clima permanecendo como fator de risco, o mercado de soja deve seguir com volatilidade nos próximos dias.

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