Virada do ciclo pecuário em 2025 pode elevar os preços do milho
Dinamismo da arroba do boi gordo e demanda por etanol impulsionam o mercado do cereal
A projeção para o mercado agropecuário em 2025 aponta para uma elevação nos preços do milho, influenciada pelo aumento na demanda e pela recuperação do ciclo pecuário no Brasil. Além disso, a produção de etanol à base do cereal e as condições climáticas favoráveis prometem impactar diretamente as cotações.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra de milho brasileira será a segunda maior da história, consolidando o país como um dos principais exportadores globais da commodity. Regiões produtoras como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul registram boas condições climáticas, com previsões de chuvas regulares e temperaturas adequadas.
Para o milho de segunda safra, que é crucial para o abastecimento interno e externo, as projeções indicam continuidade das chuvas até abril, favorecendo o plantio no Centro-Oeste e no Sudeste do país. No entanto, qualquer alteração climática poderá causar volatilidade nas cotações.
A produção de etanol à base de milho segue em expansão no Brasil. De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a demanda pelo cereal deve alcançar 17,7 milhões de toneladas na safra 2024/2025, representando um crescimento de 21% em relação ao ciclo anterior. Isso reflete a expectativa de aumento na produção de etanol, que pode chegar a 8 bilhões de litros no próximo ano.
Após um período marcado pelo aumento dos abates de fêmeas, há sinais de reversão no ciclo pecuário. A retenção de vacas para reposição no rebanho deve ganhar força, o que tende a valorizar a arroba do boi gordo. Esse movimento beneficia a pecuária e eleva a demanda por milho, principal insumo para a alimentação do gado de confinamento.
Com o cenário de recuperação da arroba e maior consumo, a pecuária deve pressionar positivamente as cotações do milho, trazendo um mercado mais aquecido para o cereal na B3.
Em Chicago, o milho encerrou a última semana cotado a US$ 4,42 por bushel, registrando alta de 0,45% em relação ao período anterior. No Brasil, na B3, o contrato de janeiro de 2025 teve valorização de 0,73%, fechando a R$ 74,49 por saca.
Para o próximo ano, as projeções indicam um mercado com viés de alta, especialmente até o início do plantio da segunda safra. No entanto, fatores como variações climáticas e surpresas na área plantada podem trazer volatilidade.
O cenário para 2025 combina produção em alta, expansão do etanol e valorização da pecuária, impulsionando a demanda pelo milho. Essa dinâmica torna o mercado mais competitivo e promissor, mas também exige atenção dos produtores e investidores em relação às mudanças climáticas e ao comportamento do mercado global.